A Premiada

Direção: Sérgio Roizenblit
Gênero: Ficção
Idioma: Português
Duração: 100"

Escrito especialmente para Isabel Teixeira e Georgette Fadel, o roteiro,

escrito por Thiago Dottori, apresenta os bastidores de uma peça que teve

um fim trágico: a morte de uma das atrizes no final do espetáculo. O

roteiro é livremente inspirado na peça “Rainha[(s)] – duas atrizes em busca

de um coração”, que por sua vez é inspirada no texto “Mary Stuart”, de F.

Schiller. A peça rendeu a Isabel o prêmio Shell de melhor atriz. Georgette

havia ganhado o prêmio dois anos antes.

O roteiro brinca com a fronteira realidade-ficção levantando questões sobre

inveja, vaidade e poder. “Rainha[(s)] estreou em 2008, tem como ponto

de partida o intrincado relacionamento entre a rainha Elizabeth e sua

meio-irmã Mary Stuart. Mary foi trancafiada numa torre pela rainha

durante 18 anos, e condenada à morte por guilhotina. As duas, na vida

real, nunca se encontraram. O texto de Schiller trata de um encontro

ficcional entre elas. A peça, com dramaturgia das duas atrizes e da

diretora Cibele Forjaz, toma a liberdade poética de subverter o texto

clássico: faz a disputa entre as personagens-rainhas extrapolar o palco e

transbordar para as atrizes-rainhas em busca de seus papéis, num jogo de

refinada metalinguagem.

O filme extrapola ainda mais as raias da metalinguagem da peça,

transformando as atrizes em personagens, ficcionando a realidade

cotidiana delas e os bastidores da montagem, intensificando a suposta

disputa pelo poder, a inveja e a vaidade no processo de ensaio,

concepção e temporada, em suas vidas e na vida teatral paulistana.

Na obsessão crescente, só uma das duas é rainha dos palcos, apenas uma

pode ser “coroada”, apenas uma pode ser “A premiada”. A competição

extravasa os palcos, a vida e termina em morte trágica de uma das duas.

Misturando momentos de humor com temas densos e viradas dramáticas,

o roteiro trata dos limites entre a ficção e a realidade.