A estrutura inicialmente pensada para esse documentário tem como
elemento principal depoimentos dos personagens ligados à produção
cultural, à história e ao empreendedorismo local. É desejável um equilíbrio
entre homens e mulheres, e pretendemos dar atenção para a cultura
popular e erudita, para seus pioneiros e para as figuras mais proeminentes
de Canoas.
Apresentações dos artistas poderão ser usadas eventualmente para
pontuar a narrativa e torná-la mais dinâmica e atraente, assim como a
apresentação dos espaços culturais, de lazer e seus locais mais
paradigmáticos. A intenção é usar o mínimo possível de estudiosos e
especialistas. Recorreremos a imagens de arquivo para ilustrar
determinadas passagens e algum material iconográfico (recortes de jornal,
cartazes, panfletos) poderá ser utilizado.
Iremos mostrar toda a cena underground da música de Canoas,
assim como iremos mostrar a pujança econômica e empreendedora da
cidade.
Em Canoas particularmente uma cultura underground se formou em
torno do rock’n roll ao longo dos anos de 1980, levando à formação de
várias bandas que se apresentavam com composições próprias para um
público local. Essa efervescência criativa foi mostrada pelo documentário
“This is Canoas, not Poa”, e é uma prova de que os limites, ao invés de
impedir, às vezes ajudam a criação. Há até mesmo casos em que a
obstinação dos agentes culturais é tão grande que acaba por ganhar
espaços institucionais.
Iremos falar da Feira do Livro, que tem se tornado a cada ano um
evento mais relevante dentre as similares, para os gaúchos.
Iremos retratar alguns dos locais mais tradicionais da cidade a
começar pela antiga estação de trem, passando pelos muitos parques da
cidade e nos propondo a trazer sempre a reflexão sobre quem somos
como Canoenses, como nos diferenciamos.
A Estação de trem foi inaugurada em 1874 pela The Porto Alegre
and New Hamburg Brazilian Railway, nas terras da Fazenda Gravataí. O
local deu origem à cidade, que começou a se formar durante a construção
da ferrovia, onde alguns trabalhadores aproveitavam toras de madeira
derrubada para produzir canoas. A vila, chamada de Capão das Canoas,
desenvolveu-se rapidamente e passou a ser ponto de veraneio das famílias
de Porto Alegre, de forma que, em 1885, eram anunciados oito trens
ligando Porto Alegre a Canoas em cada domingo. Personagens que viram a
estação funcionando, memórias afetivas e a transformação da Estação que
hoje está desativada e transformou-se em um Centro Cultural.
Falaremos do Parque das Rosas, a mais antiga edificação de Canoas,
datada do início do século XX, abriga o acervo do Museu Municipal Hugo
Simões Lagranha, salas multimídia para exposições, acervo permanente e
um café. O parque contempla um dos mais importantes patrimônios
históricos da cidade, a Casa dos Rosa, que está inserida no projeto, que
fica em frente a Antiga Estação de Trem, também reformada e tombada
pelo patrimônio do município. Além de um playground para as crianças e
um caminho para um passeio na área externa da Casa, o Parque dos Rosa
conta com uma obra de arte feita especialmente para o espaço: duas
esculturas assinadas pelo artista plástico Pedro Girardello que estarão no
jardim em frente à Casa.
Apresentaremos a Casa das Artes Villa Mimosa, um dos prédios mais
antigos da zona urbana de Canoas. Tombado como patrimônio histórico
municipal em 2009, o local foi posteriormente restaurado, constituindo-se
no primeiro centro cultural público do Município. Construído em 1904, em
estilo neoclássico, e preservado por décadas pelo casal Frederico
Guilherme Ludwig e dona Mimosa, os primeiros proprietários, o prédio da
Villa Mimosa foi restaurado pela construtora Goldzstein Cyrela. A
Prefeitura de Canoas entregou oficialmente o Centro Cultural à
comunidade em junho de 2012.
Em termos de empreendedorismo, daremos um destaque ao Parque
Canoas de Inovação, o terceiro maior parque em área total do Brasil: 500
hectares com um potencial construtivo para sediar diversas empresas. O
PCI é uma iniciativa municipal planejada para a estruturação de um
ambiente diferenciado, onde ciência, tecnologia, meio ambiente, cultura e
lazer se encontram. O PCI como um Parque de Inovação alia empresas,
talentos e criatividade com os principais setores econômicos da região.
Planejado para apoiar o desenvolvimento sustentável e socialmente
responsável, o PCI contribuirá para a ampliação da capacidade de
inovação e a criação de uma marca regional reconhecida, nacional e
internacionalmente, por sua competência na geração de bens e serviços
intensivos em conhecimento, bem como, a competência para atender
efetivamente às necessidades do mercado. Para isso, deverá abrigar e se
integrar a centros de excelência, geradores de conhecimento e a outras
iniciativas locais voltadas à pesquisa científica e ao ensino. O Parque
Canoas de Inovação poderia por si só proporcionar um filme, por sua
relevância, dimensão, desdobramentos e inovação.
Será realizada uma grande pesquisa, buscando novas histórias,
novos personagens, arquivos relevantes, em um trabalho de arqueologia
profundo no sentido de construir a verdadeira dimensão de uma cidade
que hoje é de grande relevância no Rio Grande do Sul e no Brasil.
O filme pretende apresentar Canoas ao mundo, trazendo interesse
de quem não conhece e auto estima a quem vive lá.